Livro Quando a Mãe Vai ao Tribunal - Diniz - Juruá

Quais os caminhos da prática psicológica no campo jurídico?

Seria a psicologia jurídica um mero instrumento de controle das subjetividades?

De forma rigorosa e eticamente comprometida, este trabalho busca responder a questões vivenciadas no cenário interdisciplinar da psicologia jurídica, no que concerne a processos de averiguação de paternidade tutelados pelo Estado. A partir da inserção profissional da primeira autora, debruça-se sobre as inquietações e sofrimentos vivenciados por mulheres que são requeridas a declararem a paternidade do(a) filho(a), expondo sua privacidade no contexto do judiciário em Maceió, Alagoas.

A escuta das mães revela sentimentos e atitudes ambivalentes, ora de adesão ao procedimento, sustentando seus discursos em nome da garantia de direitos, ora apresentando sinais de resistência, evidenciando as tensões emergentes entre o direito da criança à paternidade e o direito da mulher à privacidade, num cenário marcado por desigualdades e vulnerabilidade social.

Para além de questões acadêmicas, a discussão empreendida pelas autoras remete a uma reflexão relevante acerca dos desafios cotidianos da(o) psicóloga(o), assim como dos caminhos possíveis da psicologia neste campo. Uma leitura indispensável para os que estão envolvidos com questões sobre família, o exercício do poder no âmbito da justiça e a judicialização da vida na contemporaneidade.

BRUNA KELI LIMA DINIZ 

Psicóloga pelo Centro Universitário CESMAC. Especialista em Psicologia Jurídica pelo Centro Universitário CESMAC, e Educação em Direitos Humanos e Diversidade pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Doutoranda do Programa Persona y Sociedad en el Mundo Contemporáneo, do Departamento de Psicologia Social, pela Universidad Autónoma de Barcelona – UAB, Espanha. Atuou como Coordenadora e Docente da graduação em Psicologia da Faculdade Pitágoras em Maceió, Alagoas. Tem experiência profissional em diversos contextos da interface Psicologia e Justiça: atendimento a vítimas de violência; enfrentamento e articulação junto à rede de proteção de situações de violação de direitos; mediação e conciliação, avaliação psicossocial no contexto do Direito de família, programa de proteção a vítimas e testemunhas. Desenvolve trabalhos no campo da Psicologia e suas Relações com a Justiça, Instituições de Direitos, Direitos Humanos e Políticas Públicas.
 

HELIANE DE ALMEIDA LINS LEITÃO 

Psicóloga pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Doutora em Psicologia pela University of Kent, Inglaterra, com pós-doutorado em Psicologia (University of Kent, Inglaterra). Professora associada da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, atuando como docente e pesquisadora no Instituto de Psicologia. Tem experiência na área da psicologia clínica psicanalítica e pesquisas sobre desenvolvimento humano numa perspectiva psicossocial. Líder do grupo de pesquisa “Família, Gênero e Desenvolvimento Humano”, suas investigações e publicações versam principalmente sobre desenvolvimento afetivo- -emocional, paternidade, maternidade, saúde mental e psicanálise. Publicou, em coautoria com Leda Almeida, o livro “Piaget e Freud: Um encontro possível? O pensamento e a afetividade da criança em discussão” (EDUFPE/EDUFAL) e organizou a coletânea “Coisas do gênero: diversidade e desigualdade” (EDUFAL).